
No Sertão alagoano existe uma pequena cidade chamada Maravilha, a 230,6 km de Maceió, pela BR-316, que é destaque na Paleontologia. É lá que estão guardados no Museu Otaviano Florentino Ritir fósseis de animais pré-históricos que datam do período Pleistoceno da Era do Gelo, entre 10.000 a 100.000 anos atrás: preguiças-gigantes e tigres-dente-de-sabre.
Uma das principais atrações turísticas da cidade, o Museu Otaviano Florentino Ritir, inaugurado em 2007, na principal praça, dispõe de confortáveis instalações. O ambiente é climatizado. É o único voltado à Paleontologia no Brasil e recebe visitantes de vários estados brasileiros e também do exterior, bem como alunos de escolas de Maceió e de outras cidades alagoanas.
A descoberta dos fósseis pré-históricos em Maravilha, cuja população é de 9.534 habitantes, ocorreu em 1977, quando em uma viagem à procura de cavernas, o paleontólogo Jorge Luiz Lopes tomou conhecimento de fósseis através de moradores da cidade e, desde então, o lugar tornou-se objeto de pesquisas.
O primeiro fóssil encontrado foi um pedaço de osso de uma preguiça gigante encontrado por um agricultor. Além desse fóssil, todos os outros foram encontrados no Sítio Paleontológico Ovo da Ema, distante 12 km do centro da cidade. Segundo o guia de Turismo e professor de História, Adriano Alves, de Maravilha, muita coisa se perdeu, pois, antes, os agricultores não tinham noção de que os achados eram fósseis de animais pré-históricos.
História
Maravilha teve início na instalação de uma fazenda para exploração da pecuária instalada por Domingos Gomes na sua sesmaria, em meados do século XVIII. Porém, no final do século XIX, houve uma pandemia de cólera e os mortos eram enterrados numa grande cova. Por isso, passou a ser chamada “Cova dos Defuntos”. Anos depois, conta a história que um padre, ao passar pela cidade, observou que era muito bonita e agradável, uma “maravilha”. Desde então, o nome da cidade passou a ser Maravilha.
Maravilha foi elevada à condição de município autônomo pela Lei 2.102, de 17 de julho de 1958. O desmembramento de Santana do Ipanema foi instalado oficialmente em 1959. Recentemente, a Assembleia Legislativa de Alagoas, através da Lei 512/2023, reconhece o município de Maravilha como a Capital Alagoana da Paleontologia.
Além do Museu de Paleontologia, a cidade de Maravilha conta com outras atrações turísticas, como o Mercado de Artesanato, onde há lojinhas de artesanato e restaurante; réplicas de animais pré-históricos gigantes nas ruas, Lago do Pico, com área de lazer, e a Igreja-Matriz Sagrada Família, construída em 1920.
O turismo ainda é incipiente na cidade, que não dispõe ainda de meios de hospedagem. Mas isso não tem sido problema, pois os turistas e pesquisadores que vêm a Maravilha se hospedam em hotéis de Santana do Ipanema, distante apenas 25,8 km. No último fim de semana, por exemplo, a MBTour – agência de viagens de Maceió – levou um grupo de turistas a Maravilha, em ônibus da Sol & Mar Turismo, o qual se hospedou no Hotel Privillege.